terça-feira, 27 de janeiro de 2009

24/01/09

24/01/09



Não, não pertenço a nada.
Não estive em lugar algum
Sou antes a ânsia de nunca ter tido
Um porto com cais e ancora
Porque aqui não habitam Naus
E não há rios do tamanho do oceano
Nem nada que flutue comigo
Porque sou muito pesado
Por que levo o peso do mundo há minhas costas
E enquanto aqui estiver
Algo sempre me puxará para o chão
Como uma fruta saborosa
A qual ninguém nunca provou
Há qual o tempo fez-se envelhecer
E a gravidade a suga para a realidade

Somos bactérias comendo bactérias
Somos evoluídos? Talvez!
Mas em que sentido?
E se eu estivesse a procurar um cais
Sinto que ele estaria sempre no horizonte
Na eterna linha do horizonte
Por que a gravidade me suga para a realidade
E se a realidade não for como para cada um ela se apresenta como seria?

Não, não pertenço a nada.
Não estive em lugar algum
Porque a memória dos meus dias se apagará
E eu
Estarei para o mundo
Come ele (o mundo) está para o irreal...