sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Seção extraordinária

Parasitas camuflam sua realidade
Estou de frente á câmara dos vereadores

Lá dentro, vermes se contorcem num exercício dialético ilusório.
Apenas mais um dia
Discursos.

Eles, a elite de uma sociedade decadente.
Frutos do sujeito da consciência
E eu sou somente um poeta sem pátria
Sem valor
Sem voz

O que é a poesia para uma sociedade?
Não existe poesia numa sociedade
Porque a sociedade só existe no campo dos valores
Sejam estes; financeiros, morais ou pseudo éticos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Alethéia

O mar vermelho não é vermelho
e o pão de açucar não é doçe
a liberdade não é uma estatua
nem tem mortos no mar morto

Não tem paz na terra santa
veja que contradição!
pois de verdade e de mentira
assim caminha toda nasção

Os ESTADOS nunca foram UNIDOS
cada um com sua lei
a justiça nunca foi justa
não vai para o ceú quem é Gay
porto rico vive em miséria
e a cidade maravilhosa é uma favela

é que a verdade é uma mentira muito bem contada
e a razão uma loucura puramente disfarçada

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Carrego aqui comigo
Todos os sonhos do mundo
das pretenções mais grandiosas
às vontades displicentes de um inseguro
todas em medida de excesso
desejos acometidos de loucura
e sopros de sanidade matura

e é um desejo dívino

enquanto falsos seres abitam em minha vida
eu asceno da minha janela, enquanto acisto a dança cosmicade Xiva.

Causa e efeito

Medo crescendo sozinho é o frio sombrio que invade o meu ser
Carnifiçina geral controlada de uma mente macabra que me faz sofrer
Vento soprado sinistro é o fogo é o mito que me faz tremer
Vida inspiro e suspiro um instinto infinito do mais bem querer
Morte uma fiel certeza é dor é beleza faz todos temer
Sangue artéria aberta jorrando com pressa esvazia o viver
Grito de dor e pavor mais não sou ator minha dor todos vê
Faço presente o infinito sei é subjetivo não é me enalteçer
Amo o sombrio e infinito desejo antigo de conheçer
Tudo entre o céu e a terra, entre a bela e a fera é meu jeito de ser...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

do sorriso inerente

Eu sorri
Mesmo quando o mundo me mandou chorar
Alguns dos meus atos que muitos julgaram insanos
Julgo tê-los feito na mais pura sanidade
E eu parei
Quando o mundo me mandou correr e não olhar para traz
Parei e refleti sobre o que havia feito e o que não deverei deixar de fazer

E eu chorei
Não quando o mundo me mandou
Mas quando tive vontade
Chorei por motivos que fazem os outros rir
Como pelo bêbado desequilibrado e sem família a cair pelas causadas
Como pelo louco que corre em disparada anunciando o fim do mundo e se choca frente ao carro

Sorri, parei, chorei e menti

Pois havia inventado uma vida inexistente

Eu, mais uma marionete.
Tentando quebrar as cordas do ventríloquo
Tentando sorrir, parar, chorar e o que mais me venha de vontade sozinho...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

UM SOPRO PARA A VIDA OU UM LAPSO DE MEMÓRIA PARA O INCONÇIÊNTE

UM SOPRO PARA A VIDA
OU UM LAPSO DE MEMÓRIA PARA O INCONÇIÊNTE

A vida
O perfeito equilíbrio entre forças Opostas
Nem para mais, nem para menos
Não é um sonho de fim de sono, nem em tempo exato
Não é a soma do tempo, mas sim a exatidão do momento
Tudo que se vive permaneçe no ser
Não existe passado ou futuro, somente o presente,
a vida é o breve intervalo no tempo.

Longe de pretensões lógicas
Longe de pretensões morais
Por que a vida é imoral quando se ousa prolonga-la.
Não se vive pouco ou muito
Somente o necessário
O momento perfeito, vivído por um ser imperfeito,
o momento sublime, sonhado pelos deuses que nunca terão
E eis que há aqui o encontro entre Deus e a vida.

Não são os homens que invejam a eternidade de Deus
Deus que inveja a Vida-Momento dos homens
A certeza da morte é tão intensa quanto a de que exista
alguma força a rejer o universo.
Negamos até o último instante
Negamos haver morte até sermos tocados pelo beijo frio
Negamos haver qualquer coisa que fuja ao nosso controle.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

24/01/09

24/01/09



Não, não pertenço a nada.
Não estive em lugar algum
Sou antes a ânsia de nunca ter tido
Um porto com cais e ancora
Porque aqui não habitam Naus
E não há rios do tamanho do oceano
Nem nada que flutue comigo
Porque sou muito pesado
Por que levo o peso do mundo há minhas costas
E enquanto aqui estiver
Algo sempre me puxará para o chão
Como uma fruta saborosa
A qual ninguém nunca provou
Há qual o tempo fez-se envelhecer
E a gravidade a suga para a realidade

Somos bactérias comendo bactérias
Somos evoluídos? Talvez!
Mas em que sentido?
E se eu estivesse a procurar um cais
Sinto que ele estaria sempre no horizonte
Na eterna linha do horizonte
Por que a gravidade me suga para a realidade
E se a realidade não for como para cada um ela se apresenta como seria?

Não, não pertenço a nada.
Não estive em lugar algum
Porque a memória dos meus dias se apagará
E eu
Estarei para o mundo
Come ele (o mundo) está para o irreal...