quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Espelho

Eu sou o cara magro que passa do
Outro lado da esquina
Que anda desengonçado e corcunda
Que olha às vezes para frente mais
Quase sempre para o chão
Sou aquele sentimento de sempre achar
Que a vida podia dar algo a mais por min,
Por acreditar que tem muito a oferecê-la
Sou sempre o que podia ser aquilo e nunca isso!

Esse sou eu
E tudo que disseram de min
Coisas que eu nem tenho idéia do que seja

Talvez também façam parte de min
Os sentimentos que todos têm e fingem não ter.
Angústia, inveja e soberba.
Aquilo que é ele mesmo, Physis.
E a Arché de tudo isso?
Talvez que seja eu mesmo
O cara magro da esquina
Corcunda, solitário e vazio.

Nenhum comentário: