domingo, 13 de julho de 2008

Divino antropocentrismo

Todos os homens estão mortos
Todos os sonhos e amores mortos
E há um imenso vazio em tudo
Secou-se o poço dos desejos
E o perfume que sinto não é de ninguém
É só do perfume

Sinto o braço forte da tristeza
Sufocar o meu pescoço
E um imenso desejo de não mais existir
Transita comigo no resto do dia

Há os que digam que eu sou louco
Há também os que digam que não posso de normal
Confesso não reconhecer erro em nenhuma das afirmativas, e sem nenhum receio vomito essa caligrafia.
Porque nenhum homem ressuscitou
E não há glória na face da terra maior ou de longe parecida com a frustração de existir sozinho e por si só.

Acabo de concluir que o princípio da existência de Deus não passa da vaga idéia de sua aceitação como verdade absoluta. Por que todos os homens estão mortos, juntos com os seus segredos, as mentiras e todas as contradições que encontrei na terra. E agora que Deus esta sozinho descobriu o seu real valor, anda bêbado pelas causadas e diz baboseiras antes de dormir.
Acorda e sente saudade do tempo dos homens, não ergue a cabeça a fazer reclamações, olha para dentro de si e sente muito arrependimento, e agora viverá com esse remoço para todo o sempre.

Então sonha entrar num buraco negro qualquer e sair noutra dimensão, e encontrar outros deuses que assim como ele falharam.
E sonha formar uma nova sociedade
A sociedade dos deuses
Mas isso é só um sonho
Ele se levanta a procura de mais vinho...

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